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quinta-feira, setembro 07, 2006

Educação: a via para a redução da violência

No meio desta época conturbada em que o nosso país – e o mundo – está passando, se discutem medidas para reduzir/amenizar o quadro de violência que se instalou. Várias propostas são verbalizadas e implementadas. Estas propostas abrangem desde o aumento da incriminação até a maior repressão, seja dos órgãos policiais, o aumento temporal das penas e a construção de penitenciárias. Esta perspectiva de viés policialesco, como resposta a crescente insegurança, não contribuirá em nada para a redução, mas penderá para o efeito oposto, o acirramento da violência. Haja vista, os exemplos históricos. É preciso levar em consideração que a violência é fruto de ‘n’ fatores incidentes sobre o ser humano. Desta forma, é necessário ater-se à origem da ação violenta. Cabe citar, dentre as diversas causas existentes, a claudicante base educacional, senão como incentivadora de atos reprováveis socialmente, no mínimo negligente frente ao seu papel fundamental. Isto se justifica por alguns aspectos extremamente relevantes. Pois, o processo educacional – desenvolvimento de qualidades físicas, morais e intelectuais – eficaz do educando: irá introduzi-lo no ambiente social sem traumas; fornecerá bases culturais para compreender e se adaptar a velocidade das mudanças ocorridas no ambiente social; estruturação para respeitar as diferenças culturais/sociais encontradas num ambiente democrático; possibilitará uma convivência saudável entre seus semelhantes; saberá tratar, não apenas com seus semelhantes, mas com o meio ambiente que o circunda; respeitará a coisa pública; habilitará para o exercício laborais que se encontram em constante desenvolvimento; maximizará o ambiente democrático... Isto se torna relevante no momento em que a inexistência destas condições dificultam a adaptação do indivíduo no mundo social. Logo, estando aquém do contexto social certamente encontrará na violência, de diversos tipos, a expressão da sua parca estrutura educacional. O processo de redução da violência se dará com eficácia no momento que a política de governo deixar de lado seu ranço com a educação e apostar na qualidade de ensino seja no âmbito formal da sala de aula seja na materialidade de construção de pessoas independentes no raciocinar e que valorem a alteridade. A educação não pode ser resumida a um simples repassar de conteúdos mas deve ser um processo edificador de valores, conhecimentos e de respeito com as diferenças ideológicas, religiosas, comportamentais, etc. O desenvolvimento de um país e o abrandamento da violência começa, indubitavelmente, pela educação. Para isso são necessárias condições econômicas, sociais, jurídicas e políticas, possibilitando a estruturação dos aportes desenvolvimentistas educacionais. A idéia de valores deve estar calcada na perspectiva da máxima valorização do ser humano e não apenas reduzir o Homem a dados estatísticos para impressionar estrangeiros ou pela simples manutenção do poder. Enquanto o foco de ação contra a violência estiver mirado para a simples repressão e opressão, de nada se resolverá. A edificação de valores solidários e a extinção de excrescências sociais, como a fome e desemprego, nortearão, sob os auspícios da educação, a redução da violência e o desenvolvimento sólido, constituindo uma Nação justa e perfeita dentro dos limites humanos.

Autor: Gruilherme Camargo Massaú. Texto publicado no Jornal Meio Norte, Teresina, 10 de fev. 2004.